A expressão “Coração de Atleta” é utilizada para designar as alterações/adaptações cardiovasculares em resposta ao treinamento físico a longo prazo, que podem ser observadas tanto no Eletrocardiograma (ECG) de repouso, quanto no Ecocardiograma (ECO). Assim, a hipertrofia cardíaca secundária ao treinamento é um quadro comum em atletas e deve ser diferenciada da Miocardiopatia Hipertrófica.
No primeiro caso, a hipertrofia varia conforme o tipo de esporte praticado, mas geralmente as alterações observadas são o aumento e o espessamento das cavidades e paredes ventriculares. Sendo as maiores dimensões cardíacas registradas no sexo masculino. É importante destacar que essas alterações são reversíveis com a interrupção do treinamento, caracterizando benignidade.
Já a Miocardiopatia Hipertrófica é uma doença genética, sua principal característica é a hipertrofia septal assimétrica, sem dilatação ventricular e com desarranjo das fibras ventriculares, podendo ocorrer arritmias malignas, levando a síncope e morte súbita, principalmente em atletas.
O tratamento da miocardiopatia hipertrófica é individualizado e baseado na gravidade dos sintomas, na presença de complicações e nas características clínicas de cada paciente. Algumas opções de tratamento podem incluir:
- Medicações: São utilizadas para controlar os sintomas e melhorar a função cardíaca. Exemplos incluem betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio e antiarrítmicos.
- Intervenção cirúrgica: Em casos mais graves, pode ser necessário realizar procedimentos cirúrgicos para aliviar a obstrução do fluxo de saída do ventrículo esquerdo. A miectomia septal é um tipo de cirurgia que remove parte do septo ventricular (remove “pedaço” do musculo do coração) espessado para melhorar o fluxo de sangue.
- Por Cateteterismo: É um procedimento minimamente invasivo realizado por um cardiologista intervencionista para causar a obstrução do territoriode pequenas áreas do miocárdio espessado que estão causando obstrução ao fluxo de sangue.
- Dispositivos implantáveis: Em alguns casos, dispositivos como marcapassos ou cardiodesfibriladores implantáveis podem ser recomendados para tratar arritmias cardíacas fatais.
- Aconselhamento genético: A miocardiopatia hipertrófica pode ter uma componente genética, e o aconselhamento genético pode ser recomendado para pacientes e suas famílias para identificar riscos e tomar decisões informadas.
O tratamento da miocardiopatia hipertrófica deve ser supervisionado por um cardiologista ou especialista em doenças cardíacas, e o plano de tratamento será adaptado às necessidades e características de cada paciente. É fundamental seguir as orientações médicas e realizar um acompanhamento regular para monitorar a progressão da doença e ajustar o tratamento conforme necessário.

